O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, está desafiando os EUA a produzir toda a eletricidade que consome por meios ecologicamente corretos dentro de dez anos, um desafio que, ele espera, o próximo presidente americano aceitará.
Gore disse que os candidatos Barack Obama, de seu partido, o Democrata, e John McCain, republicano, estão "bem na frente" da maioria dos políticos na luta contra o aquecimento global.
O aumento nos custos do combustível e a ameaça à segurança nacional dos EUA representada pela dependência do petróleo estrangeiro conspiram para criar um "novo ambiente político" no qual, segundo Gore, será possível levar adiante medidas caras e audaciosas para libertar a nação dos combustíveis fósseis.
"Jamais vi uma oportunidade para o país como a que vejo agora", disse ele, antes de fazer um discurso sobre aquecimento global.
A Aliança para a Proteção Climática, um grupo bipartidário que ele preside, estima que o custo de transformar os EUA em um país de "energia limpa" será de US$ 1,5 trilhão a US$ 3 trilhões ao longo de 30 anos, em verba pública e privada. Mas o ex-vice-presidente diz que o preço de construir as novas usinas termelétricas a carvão para atender à demanda crescente é quase o mesmo.
Considerado um alarmista por adversários conservadores, Gore fez do combate ao aquecimento global uma cruzada pessoal, que já lhe rendeu, além do Nobel, um Oscar.
Ele sabe que os políticos temem agir, a menos que os eleitores estão dispostos a fazer sacrifícios. Ele comparou seu desafio ao lançado pelo presidente John F. Kennedy que, em 1963, assumiu o compromisso de levar um homem à Lua até o final daquela década.
Gore perdeu a eleição presidencial de 2000 para George W. Bush, numa campanha onde o aquecimento global não teve papel central.
Para atingir a meta de dez anos, Gore disse que a energia nuclear teria de ser mantida nos níveis atuais, enquanto a nação aumentaria de forma dramática o uso de energia solar, eólica e a chamada energia de carvão limpo. Grandes investimentos também teriam de ser feitos no combate ao desperdício e na ligação das redes existentes.
Se os EUA não agirem, disse ele, o preço do petróleo continuará a subir com o crescimento de economias como China e Índia. A dependência do petróleo também põe os Estados Unidos à mercê dos governos de países produtores, disse. (Fonte: Estadão Online)
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